A “realidade”, resultado da abstração.


– Não parece que sejamos tão “perfeitos”.
Nada do que é realmente o é.

Tanta segurança sobre as coisas, achamos que temos o controle de tudo, mas a vida, essa que é tão “real”, não passa de uma ficção.
Hoje, quase nada do que vemos de fato tem impotância em si mesmo.Sistemas, tendências, contratos;A vida é como um desenho, pensamos primeiro e depois o criamos, exatamente como nunca foram, mas como gostariamos que fosse.
Tudo é ilusão, tudo que parte do abstrato para o concreto é uma ficção.
Todas as criações do homem não são reais.Só podemos assim considerar o primitivo, o instinto, as ações limitadas provenientes da força humana já herdada.
Deve-se pensar que todos os conceitos criados, além do simples lógico, é uma forma artificial de vida, de modo que criamos o que queremos viver.Neste raciocínio, tudo é possível, incluíndo-se então tanto o que não é, de fato, real, como o real, a pedra, o ar, a areia, os movimentos, a água e todos os independentemente existentes antes da ação e vontade do homem.
Percebe-se, então, que nossa forma de vida é irreal, abstrata e ilusória, por mais concreta que seja, mas nunca real.O real é o que sempre foi sensível pela lógica da natureza.Acordos, leis, costumes, moda, valores, a própria moral, nada disto de fato é o que possamos conceituar de real.São abstrações do homem que compõem o chamado mundo moderno, um mundo que nunca existiu e sim foi criado, inventado, para satisfazer o desejo humano de ter o que nunca existiu, de fazer o que nunca foi possível e de ser quem nunca realmente foi.Esse mundo mental de abstrações move a transformação das ilusões em concreto, sem jamais atribuir a elas a natureza de realidade.Desta forma, o mundo atual é transitório, e como tal, jamais será realidade, que assim se chama por sempre ter sido o início, sempre ter sido o real, condenando tudo que um dia vier a contrariar esta lógica, como a “realidade” efêmera humana.

~ por renatotex em maio 15, 2010.

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